Antonio Di Pietro e Emma Bonino, dois dos principais aliados externos do Partido Democrático (PD, centro-esquerda) de Walter Veltroni para as eleições legislativas de 13 e 14 de abril, criticaram o modo como são tratados pelos seus colegas durante a campanha eleitoral.
Di Pietro, ex-promotor da Operação Mãos Limpas que combateu a corrrupção no começo dos anos 90, disse em un comunicado que não considera aceitável que dirigentes do PD tenham vetado a possibilidade de ele ser nomeado ministro da Justiça, caso a coalizão vença as eleições.
"O partido de (Silvio) Berlusconi (o adversário Povo da Liberdade, PDL) não quer que eu seja ministro da Justiça, e iso é absolutamente compreensível: o meu objetivo é cancelar o quanto antes as leis ‘ad personam’ aprovadas pela maioria e restabelecer a certeza das penas e a igualdade dos cidadãos perante a lei", disse Di Pietro.
O magistrado acrescentou que "as proibições que chegam a cada dia dos dirigentes da centro-esquerda não são compreensíveis, e muito menos aceitáveis".
"Vê-se que ainda a Operação Mãos Limpas incomoda muitos dirigentes políticos, que temem que eu possa concluir o meu trabalho", finalizou Di Pietro, cujo partido, Itália dos Valores (IDV) é a única força política que fechou um acordo eleitoral com o PD.
Os radicais, pelo contrário, viram-se obrigados a aceitar um acordo para que seus candidatos fosse integrados às listas do PD, com exceção de um dos seus líderes mais importantes, Emma Bonino, ex-comissária européia e atual ministra do Comércio Exterior do governo de Romano Prodi, criticou duramente a maneira como são tratados pelo PD.
"Quando fechamos o acordo, havia-se falado em espaços televisivos reservados para os nossos candidatos, algo que nunca vimos, e me colocaram como candidata no Piemonte, onde se acredita que não estamos indo bem, e soube que Veltroni foi para lá depois de mim", disse Bonino.
A dirigente acrescentou que "aparentemente o PD pode, quer e deve passar por cima da gente: ou pensam que os radicais são inúteis e perigosos, ou do contrário não entendo por que se aliaram conosco".