Decisão final sobre iraniana ainda será tomada, diz Irã

O Irã disse hoje ao Comitê para a Eliminação da Discriminação Racial da Organização das Nações Unidas (ONU) que a decisão final sobre o caso de Sakineh Mohammadi-Ashtiani, condenada à morte por apedrejamento, ainda será tomada. Mossadegh Kahnemoui, graduado funcionário judicial iraniano, confirmou que Ashtiani foi considerada culpada por adultério e conspiração para matar seu marido, mas disse que seu caso ainda será analisado. “Este caso aguarda decisão final”, disse ele ao comitê depois de ser questionado sobre o destino da mulher.

“Seu caso ainda é analisado e nada foi decidido ainda”, disse Mossadegh, integrante da delegação iraniana que participa da revisão regular sobre a aplicação, no país persa, do tratado internacional sobre discriminação racial e étnica. Apesar disso, ele lembrou que a pena capital é aplicada a condenados por assassinato no Irã.

“Esta mulher, além de duplo adultério, também foi condenada por conspirar para matar seu marido”, disse ele ao painel da ONU. Mossadegh afirmou que não poderia fazer mais comentários sobre o caso enquanto ele é julgado. “Estamos acompanhando o caso e os mantermos informados. Nenhuma decisão é final, segura e certa”, disse ele, por meio de um intérprete.

Ashtiani foi condenada à morte por apedrejamento depois de ser considerada culpada por adultério em 2006 por um tribunal iraniano. Ela foi condenada por ter tido um “relacionamento ilícito” com dois homens, segundo a Anistia Internacional. De acordo com a entidade de direitos humanos, ela recebeu 99 chicotadas, mas foi posteriormente acusada de “adultério enquanto estava casada” durante o julgamento do homem acusado de matar seu marido. No mês passado, as autoridades iranianas cancelaram temporariamente a sentença de apedrejamento por causa da condenação do Ocidente sobre o caso.

Seu advogado fugiu para a Turquia, onde pediu asilo, depois que a polícia tentou detê-lo no mês passado. A informação foi confirmada pela agência de refugiados da ONU na quarta-feira.

O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva ofereceu, na semana passada, a concessão de asilo para Ashtiani, medida descrita pelo Irã como um ato “emocional” em decorrência da falta de conhecimento sobre o caso. As informações são da Dow Jones.

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