David Cameron e Cristina Kirchner discutem sobre Malvinas no G20

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, e a presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, discurtiram sobre a soberania das ilhas Malvinas antes de uma das reuniões da cúpula do G20, em Los Cabos, no México, hoje.

O encontro entre os dois mandatários aconteceu por volta das 9h30 locais (12h30 em Brasília). De acordo com diplomatas, Cameron se aproximou de Cristina para agradecer pelo apoio às reformas dos bancos europeus e depois começou a comentar sobre a questão das Malvinas.

Como resposta, a presidente tentou entregar um envelope, em meio a diversos papéis, com resoluções da ONU (Organização das Nações Unidas) pedindo diálogo ao Reino Unido sobre a soberania nas ilhas do Atlântico Sul.

O chanceler argentino, Héctor Timerman, afirmou que Cameron disse a Cristina que não discutiria sobre a soberania, e a mandatária argentina respondeu do mesmo modo. Timerman declarou que a intenção da presidente era pedir respeito às decisões da ONU.

“Se somos membros da ONU não podemos exigir a outros países que cumpram as resoluções quando um país não cumpre. O momento para falar sobre as Malvinas foi na semana passada, quando os dois países foram convocados a dialogar no Comitê de Descolonização”.

A versão de diplomatas britânicos à emissora BBC, no entanto, afirma que Cameron recusou o envelope de Cristina e pediu respeito ao referendo de 2013, em que os cerca de 3.000 moradores da ilha decidirão sobre o futuro do arquipélago.

Resolução

Ontem, data em que completaram 30 anos do fim da Guerra das Malvinas, a ONU aprovou uma resolução pedindo diálogo ao Reino Unido sobre a questão das Malvinas, em meio a uma visita de Cristina Kirchner.

A mandatária, que participou da reunião pela primeira vez, afirmou que seu país “está aberto a negociações”, pedindo ao Reino Unido que aceite essa proposta sem condicionantes. “Olhe o pouco que estamos pedindo: dialogar. Não estamos pedindo que nos deem razão. Estamos pedindo que sentem para dialogar”.

A Argentina está aberta à negociação”, completou Cristina, que declarou que fazia essa oferta “sem nenhum tipo de rancor, sem nenhum tipo de ofensa, com a certeza e segurança” de que a Argentina é “um país aberto”.

A proposta argentina foi reconhecida pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que reconheceu o forte apoio regional à reivindicação e reiterou a disponibilidade para a mediação do conflito entre Londres e Buenos Aires.

Kirchner apresentou-se acompanhada de vários de seus ministros, assim como representantes dos principais partidos da oposição e veteranos da guerra de 1982, para demonstrar o consenso que existe na Argentina sobre a reivindicação da soberania do arquipélago, ocupado pelo Reino Unido desde 1833.

Apesar da mobilização e da intenção do diálogo, o chanceler Héctor Timerman não recebeu uma carta dos kelpers, habitantes das Malvinas, pedindo apoio sobre o referendo, sob a alegação de que só conversam com Londres sobre temas relacionados às ilhas.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo