O saldo dos protestos das mulheres dos presos políticos cubanos, as Damas de Branco, e das greves de fome de dissidentes parece ser uma frustração com Cuba na Europa, nos Estados Unidos e em alguns países da América Latina, além de uma consequente piora no clima para o diálogo, especialmente entre Havana e os europeus. Ontem, Laura Pollán, líder do movimento Damas de Branco, comemorou a solidariedade de diversos diplomatas europeus e norte-americanos durante as marchas da semana passada.
“Acho que conseguimos chamar a atenção do mundo para que eles vejam, primeiro, que é preciso pressionar mais Cuba para soltar os presos políticos. Segundo, que essa estratégia dos últimos quatro anos de receber as autoridades cubanas de braços abertos precisa ser revista”, disse Laura.
O governo cubano está incomodado com a reação da Europa e a troca de críticas ameaça minar os esforços do governo espanhol, que acreditava que a forma de avançar na libertação dos dissidentes era alterando a política europeia para Cuba (ela exige avanços da ilha em direção à democracia e apoia a relação com a dissidência). “A extrema direita e o fascismo prosperam nessa Europa que impõe com fervor a Cuba a sua interpretação dos direitos humanos, quando isso lhe convém”, dizia ontem o jornal Granma sobre uma marcha neonazista na Europa.