O dalai-lama disse estar disposto a se encontrar com líderes chineses, inclusive com o presidente Hu Jintao. O líder do governo tibetano no exílio na Índia ressaltou, porém, que não visitará Pequim a não ser que ocorra um "desenvolvimento concreto" nas relações entre Pequim e o Tibete. O líder não explicou o que considera esse tipo de desenvolvimento. Funcionários do governo chinês afirmaram que conversariam com o dalai-lama se ele "interrompesse as atividades separatistas" e reconhecesse o Tibete e Taiwan como partes da China.
O dalai-lama afirma que a independência não é seu objetivo. "O mundo todo sabe que o dalai-lama não está procurando a independência, centenas, milhares de vezes eu repeti isso. É meu mantra – não estamos buscando a independência", disse ele a repórteres em Dharmsala, sede do governo tibetano no exílio, na Índia.
O dalai-lama disse esperar um diálogo com Pequim em busca de autonomia para os tibetanos, mas ainda sob o poder da China. "O problema do Tibete deve ser resolvido entre o povo tibetano e o chinês", disse.
O líder político e espiritual não fez ressalvas em relação aos encontros que poderia ter com líderes chineses. Muitos tibetanos têm um forte ressentimento em relação a Hu Jintao. O atual presidente chinês era chefe do Partido Comunista no Tibete em 1989, período de retorno da linha-dura nas relações com a província após um período de relativa abertura.
Nesta quinta, a China reconheceu pela primeira vez que os tumultos se espalharam por províncias vizinhas. A agência estatal Xinhua informou que aconteceram "tumultos em áreas habitadas por tibetanos, nas províncias de Sichuan e Gansu, ambas vizinhas ao Tibete".