Curitibano é um dos que mais sentem medo

O medo da violência pode ser bom. Mas somente quando utilizado como referência para que as autoridades constituídas procurem soluções para o problema. Essa é a opinião do presidente do Conselho Regional de Psicologia, Dionísio Banaszewski.

Ele comentou um estudo divulgado esta semana pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Nele, a fundação fez um “ranking do medo” em todas as capitais brasileiras. Ouvindo 4.430 pessoas em todas as capitais, a FGV estabeleceu uma escala de medo, variando de 0 a 100 pontos. A média nacional foi de 48 pontos. Curitiba apareceu ao lado de Fortaleza e Recife com 61 pontos. Pelo estudo, os curitibanos têm um índice de medo da violência urbana apenas menor que paulistanos, porto-alegrenses e soteropolitanos. As três cidades atingiram o índice de 62 pontos.

Banaszewski explicou que, há algum tempo, Curitiba deixou de ser uma capital tranqüila. A evolução natural vem junto com o rótulo e estigma de cidade grande e, em conseqüência, a violência. Ele apontou a Região Metropolitana de Curitiba (RMC) como uma das possíveis causadoras de medo nos curitibanos. O caso das mulheres mortas em Almirante Tamandaré é símbolo nessa questão.

O psicólogo e psicoterapeuta explicou que pela definição do dicionário Aurélio Buarque de Holanda há duas vertentes do medo: uma concreta e outra abstrata. Para Banaszewski o medo concreto é muitas vezes saudável, pois através dele é possível se proteger. Já o abstrato pode se tornar em problema maior, transformando-se em pânico. “O medo urbano hoje é um equilíbrio dos dois medos. Estudos que apontam o grau de medo da população são úteis, desde que sirvam de incentivo para os governos tomarem medidas mais efetivas contra a violência”, argumentou Banaszewski. Ele destacou que -embora os casos que atenda não sejam muitos -, aparecem pacientes com diversos medos causados pela violência urbana, como medo de roubo de carro, casa, no ônibus, entre outros.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo