O ministro de Recursos Naturais do governo regional do Curdistão iraquiano, Ashti Hawrami, afirmou nesta terça-feira que a luta dos curdos contra os militantes do Estado Islâmico está sendo minada, diante de atrasos do governo de Bagdá nos pagamentos da commodity. Um funcionário do governo central do Iraque, porém, disse que Bagdá discordava das estimativas dos curdos de pagamentos realizados.
Bagdá e o Curdistão chegaram a um acordo em dezembro de 2014, permitindo que os curdos exportem 550 mil barris de petróleo ao dia sob supervisão do governo central, em troca do recebimento de 17% do orçamento nacional.
“A luta contra o Estado Islâmico ao longo de vários milhares de quilômetros de linha de frente não pode acontecer se você não dá os meios econômicos para isso”, afirmou Hawrami durante entrevista coletiva em Londres. Segundo ele, há combatentes curdos (peshmergas) que não recebem há três meses, o que dificulta a manutenção do esforço contra os extremistas.
O Estado Islâmico tem avançado no oeste iraquiano, onde enfrenta as forças do governo central, mas o Curdistão tem em geral mantido suas posições contra os extremistas. Hawrami disse, porém, que apenas pouco mais de um terço do estimado por ele como devido foi pago nos últimos cinco meses: 2,3 trilhões de dinares iraquianos (US$ 5,6 bilhões) de 6,6 trilhões de dinares iraquianos. Além disso, Hawrami disse que as companhias privadas de petróleo operando no Curdistão devem mais de US$ 3 bilhões por causa dos atrasos nos pagamentos, o que pode tornar a situação insustentável se ela não for resolvida.
Já Falih Alamri, diretor-geral da estatal iraquiana Organização Estatal para o Marketing do Petróleo, disse no mesmo evento que as estimativas de Ashti são baseadas em “interpretações incorretas” do acordo de dezembro. Segundo Alamri, tanto os preços do petróleo quanto algumas exportações iraquianas foram menores que o previsto no acordo de dezembro, o que provocou os repasses mais baixos. Fonte: Dow Jones Newswires.