O partido do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan foi o grande vencedor das eleições nacionais deste fim de semana na Turquia, com 50% dos votos, levando-o ao terceiro mandato consecutivo no poder. Outro destaque foram os candidatos que apoiam a minoria curda do país, que praticamente dobraram suas cadeiras, indicando que as reivindicações dessa parte da população desejosa de autonomia terão uma voz mais forte nos próximos meses.
O resultado dos candidatos ligados aos direitos dos curdos foi impressionante, pois precisavam concorrer como independentes e precisavam que seus partidos tivessem pelo menos 10% dos votos totais para entrar no Parlamento. Dos candidatos apoiados pelo pró-curdo Partido da Paz e da Democracia, 36 foram eleitos, 16 a mais que na eleição anterior. Entre eles está Leyla Zana, ex-parlamentar que passou dez anos na prisão acusada de ligações com rebeldes curdos, o que sempre negou. Em 1991, Leyla também causou polêmica ao falar em curdo no juramento de sua posse, desafiando a regra do uso do turco em eventos oficiais.
Os rebeldes curdos, considerados terroristas pelo governo, lutam há décadas pela independência do norte da Turquia. Curdos mais moderados dizem que seu principal objetivo é conquistar direitos básicos, como ensinar sua língua nas escolas. Erdogan, que prometeu substituir a constituição escrita em 1982 sob o governo militar, disse no discurso de vitória na noite de ontem que trabalharia com outros partidos políticos e organizações não-governamentais (ONGs) por mais leis que impulsionem a democracia e as liberdades. As informações são da Associated Press.