A sétima cúpula do Grupo dos Vinte (G20, que reúne as economias ricas e as principais emergentes) chegou ao fim nesta terça-feira em Los Cabos (México) com o convencimento de que a Europa caminha rumo à definitiva solução de sua crise e com o apoio dos países em desenvolvimento ao Fundo Monetário Internacional (FMI).

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“Apoiamos a intenção de considerar passos concretos em direção a uma arquitetura financeira mais integrada”, com uma nova união bancária europeia, que inclua um supervisor único, capacidade para liquidar e capitalizar entidades e um fundo unido de garantia de depósitos, diz o documento final.
Na entrevista coletiva final, o presidente do México, Felipe Calderón, anfitrião da cúpula, assegurou ver como futuro “uma Europa mais unida, mais forte, mais integrada e muito mais eficiente para enfrentar seus problemas”.

Calderón destacou que o texto final “fala precisamente de uma maior integração, que implica maior integração comunitária, fiscal, bancária e financeira”.

O presidente mexicano considera que as medidas concretas para a Europa devem ser tomadas pelos europeus.

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Na reunião de Los Cabos, o G20 aprovou um plano de ação que “dá passos firmes rumo à recuperação econômica e apresenta uma agenda para o futuro”.

No capítulo da melhora da arquitetura financeira internacional, o G20 alcançou “um acordo fundamental para a economia global”, o de “assegurar o aumento dos recursos financeiros com os quais conta o FMI” a um total “não de US$ 430 bilhões, como era nossa meta, mas de mais de US$ 450 bilhões”, disse Calderón.

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“Mais que duplicamos a capacidade histórica de apoio e de empréstimo do FMI, a maior capitalização de sua história”, acrescentou.

O líder mexicano destacou a “maior ampliação de recursos desta instituição fundamental para enfrentar os tempos de crise da economia”, algo que considerou uma conquista que implicou “vários meses de complexas negociações”.

Calderón felicitou particularmente os países emergentes que participam deste plano: a China (US$ 40 bilhões), a Rússia (US$ 10 bilhões), a África do Sul (US$ 2 bilhões) e o Brasil, cuja soma não foi especificada.

O tema mais difícil da cúpula, mas no qual houve consenso, foi o das restrições ao comércio adotadas por alguns países para se protegerem da crise.

“Houve um consenso muito amplo e arrasador sobre a rejeição ao protecionismo e acerca da necessidade de prorrogar a cláusula ‘Stand Still'”, que fixa o compromisso de não impor medidas desta natureza até 2014.

Outros temas abordados em Los Cabos tiveram a ver com a promoção da segurança alimentar e o impulso ao crescimento verde na agenda do desenvolvimento, onde várias ONGs concentraram suas críticas à declaração final.

“Este é um resultado imensamente decepcionante para os países em desenvolvimento. É necessário solucionar a crise da Europa, já que está se transformando em um grande peso para os países em desenvolvimento. No entanto, não é bom que o G20 tenha brigado pelo crescimento em vez de promover a austeridade na Europa”, disse o porta-voz da Oxfam, Carlos Zarco.

A recém-concluída cúpula do G20 foi a primeira realizada na América Latina e a segunda das sete celebradas até agora em um país emergente.

Juntos, os países desenvolvidos e emergentes que integram o G20 representam cerca de 90% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, 80% do comércio global e dois terços da população total do planeta.