O número de presos políticos em Cuba registrou um notável declínio na primeira metade de 2010, informou hoje a Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional (CCDHRN), o que significa que o número total caiu quase a metade desde que Raúl Castro chegou ao poder, em 2006. Segundo a CCDHRN, o governo está impondo menos prisões longas e usando a tática de detenções e libertações rápidas para intimidar os que se opõem ao regime comunista.
A comissão listou 167 detidos como prisioneiros políticos, uma queda de 34 desde janeiro. Mas a CCDHRN registrou 802 prisões breves por atividades dissidentes ou de opinião no período e disse que muitos ativistas são detidos apenas pelo prazo suficiente para impedi-los de participar de manifestações contrárias ao governo.
Os novos números são os menores desde a revolução de 1959, que foi seguida pela prisão dos principais agentes da ditadura de Fulgêncio Batista, muitos dos quais foram rapidamente julgados e executados.
O relatório diz que o governo de Cuba fez “falsas promessas de ‘mudanças estruturais e conceituais'” ao mesmo tempo em que “viola sistematicamente todos os direitos civis, políticos, econômicos e alguns direitos culturais básicos”.
Ainda assim, parece haver um esforço concentrado para reduzir o número de prisioneiros políticos na ilha. A comissão contabilizou 316 prisioneiros de consciência em julho de 2006, quando Fidel Castro passou por uma cirurgia intestinal de emergência e cedeu o poder a seu irmão mais novo.
O diretor da comissão, Elizardo Sanchez, disse por telefone que a queda tem menos a ver com a transferência de poder entre os irmãos e mais com a mudança nas táticas contra a dissidência organizada.
