Cuba e México buscam acordo sobre migração

Os governos de Cuba e México começaram nesta quarta-feira (23), em Havana, uma reunião sobre o tema da migração, o mais complexo das relações bilaterais, no qual buscam um novo acordo.

Fontes mexicanas confirmaram à ANSA que o encontro ocorre a portas fechadas na sede da Chancelaria cubana com a presença de especialistas dos dois países.

As duas nações começaram, desde o início do governo mexicano de Felipe Calderón, um processo de “normalização” das relações, que chegaram à ruptura total durante o governo de Vicente Fox.

O tema da migração é especialmente delicado no contexto desse processo, já que migrantes ilegais cubanos ajudados por traficantes de pessoas usam o México como “trampolim” para chegar aos Estados Unidos.

Estima-se que cerca de 11.500 pessoas chegaram desse modo ao território norte-americano em 2007.

A atuação das quadrilhas, ligadas ao narcotráfico, segundo denúncias oficiais cubanas e da imprensa mexicana, imprimem um tom de grande violência a esse movimento ilegal.

No mês passado, um grupo de mais de 30 cubanos sob a custódia das autoridades migratórias mexicanas foi “resgatado” por um comando armado não identificado, em uma remota estrada de Chiapas.

Parte dos cubanos apareceu mais tarde nos Estados Unidos.

As autoridades federais mexicanas levaram a cabo uma investigação que revelou a cumplicidade de agentes imigratórios mexicanos durante o episódio.

O embaixador do México em Havana, Gabriel Jiménez Remus, disse a jornalistas que vê com “otimismo” as conversas iniciadas esta quarta-feira, ainda que veja obstáculos no tema de possíveis deportações de cubanos a seu país.

Os especialistas reunidos têm o encargo – atribuído pelos chanceleres Patricia Espinosa e Felipe Pérez Roque – de firmar um novo convênio bilateral nessa área, a partir de um acordo estabelecido em março em Havana.

A intenção é assiná-lo durante a estadia de Pérez Roque no México, em setembro, quando será entregue ao governo desse país um convite a Calderón, enviado pelo presidente cubano, Raúl Castro, para que visite Cuba.

A visita de Calderón seria o ápice do processo de “normalização”.

Os principais negociadores no encontro desta quarta são o subsecretário de Relações Exteriores do México, Gerónimo Gutiérrez, e o vice-ministro das Relações Exteriores cubano, Alejandro González.

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