Cuba critica Obama por manter embargo à ilha

O ministro de Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodriguez, disse hoje que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, perde uma oportunidade de ouro para melhorar as relações entre os dois países. Ele lembrou que, em abril de 2009, Obama disse que buscaria “um novo começo” em relação a Havana e o acusou de não ter cumprido sua promessa.

Em seu discurso anual sobre o custo dos 48 anos de embargo, Rodriguez disse que o presidente norte-americano fortaleceu a aplicação do embargo desde que recebeu o cargo do presidente George W. Bush, que aplicou as mais extremas políticas em relação à ilha.

“A política do bloqueio sob o governo do presidente Obama não sofreu qualquer alteração”. “Pode-se dizer que, em vários aspectos, a aplicação do bloqueio se tornou ainda mais rígida”, disse Rodriguez.

Ele apontou vários casos nos quais os Estados Unidos puniram empresas internacionais por fazerem negócios com Cuba nos últimos meses, e afirmou que mesmo suprimentos médicos – que em tese não são atingidos pelo embargo – geralmente não chegam ao país em razão do excesso de restrições.

As sanções econômicas contra a ilha foram impostas em 1961, pouco depois de Washington ter encerrado relações diplomáticas com Cuba em resposta à decisão de Fidel Castro de expropriar propriedades norte-americanas e implementar políticas socialistas.

Rodriguez disse que a política custou para Cuba cerca de US$ 751 bilhões desde seu início, levando-se em contra a inflação e outros fatores. Autoridades norte-americanas afirmam que os líderes da ilha usam o embargo como desculpa para um modelo comunista fracassado, corrupto e ineficiente.

As declarações de Rodriguez são parte de um ritual anual no qual Cuba critica a política norte-americana antes da votação anual na Organização das Nações Unidas (ONU).

No ano passado, 187 países rejeitaram a política e apenas três países declararam-se favoráveis. Apenas Israel e a pequena ilha de Palau, no Pacífico, se alinharam a Washington.

Obama

Obama aliviou as restrições para viagens e ao envio de dinheiro por cubano-americanos, além de facilitar a retirada de vistos por artistas cubanos que querem ir aos Estados Unidos.

Derrubar o embargo dependeria do Congresso, mas o principal diplomata cubano argumentou que há muitas coisas que Obama poderia fazer para alterar as regras adotadas no governo de Bush, que dificultaram a viagem de estudantes, educadores e pesquisadores à ilha.

Perguntado se a detenção do empreiteiro norte-americano Alan Gross seria um obstáculo ao fim do embargo, Rodriguez disse que Washington nunca teve problemas em encontrar desculpas quando quer justificar suas políticas. Gros está detido, sem acusação formal, desde dezembro. Ele é acusado de espionagem.

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