O chanceler de Cuba, Bruno Rodríguez, criticou hoje (30) os Estados Unidos pela política contra o país caribenho, especialmente pelos bloqueios econômicos e pela inclusão do regime de Havana na lista de patrocinadores do terrorismo.
Em discurso na Assembleia-Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), o representante disse que a inclusão do país na lista antiterrorismo como uma forma de justificar o embargo, aplicado ao regime comunista desde 1962.
“O verdadeiro propósito de manter Cuba nessa lista espúria é fabricar pretextos para endurecer a perseguição a nossas transações financeiras e justificar a política de bloqueio, que provocou danos humanos e econômicos por US$ 1 bilhão”.
O representante cubano ainda acusou os Estados Unidos de terem matado mais de 3 mil cubanos e atraído dezenas de terroristas. Ele pediu a liberação de cinco cubanos presos em 1999 acusados de espionagem e condenados a penas longas de prisão em 2001.
Apesar das críticas, ele voltou a pedir o diálogo com o governo americano após a eleição presidencial de novembro, propondo normalizar as relações entre os dois países por meio do diálogo e em pé de igualdade.
Rodríguez também agradeceu aos países latino-americanos pelo apoio na última Cúpula das Américas, em abril, quando quase todos os Estados, incluindo o Brasil, fizeram menção à ausência de Cuba nas discussões sobre o continente.
Síria
O chanceler cubano ainda comentou sobre a crise na Síria, acusando Estados Unidos e Europa de financiar e treinar grupos opositores, incluindo o uso de soldados mercenários.
“Graças, fundamentalmente, à firme oposição de Rússia e China não foi possível manipular o Conselho de Segurança para impor a fórmula intervencionista aplicada em aventuras bélicas recentes”, disse, em referência à ação na Líbia.
Havana votou contra resoluções que criticam o regime de Bashar Assad, assim como Venezuela, Nicarágua e Bolívia, países pertencentes à Alba (Alternativa Bolivariana para as Américas).
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