Abalada pela escalada da inflação, pelo crescimento da pobreza e pelo conflito com o setor agropecuário – além de escândalos de corrupção e suspeitas de enriquecimento ilícito -, a presidente argentina, Cristina Kirchner, está com a popularidade em queda. Segundo uma pesquisa da consultoria Graciela Römer e Associados, 38% dos argentinos a vêem hoje de forma positiva – em fevereiro, eram 46%. No mesmo período, a imagem negativa de Cristina subiu de 12% para 17%. Para 44%, a presidente tem um desempenho ?regular? (avaliação que era de 36% em fevereiro).
Segundo a pesquisa, 46% consideram que o governo ?vai pelo caminho errado?, enquanto 45% afirmam que vai na direção certa. A socióloga Graciela Römer sustenta que o estopim para a queda de Cristina foi o conflito que manteve com o setor agropecuário no último mês. A posição agressiva de Cristina em relação aos agricultores e a escassez de produtos irritaram a classe média, que fez panelaços nas ruas (os primeiros desde a crise de 2001-2002).
Segundo uma pesquisa da Universidade Aberta Interamericana, 45 9% dos argentinos gostariam que Cristina fosse mais educada e deixasse de lado a tática de ?confronto permanente?. Esse estilo é apoiado apenas por 21,3%. A Igreja Católica divulgará esta semana um documento condenando o estilo de confronto do governo.
Também causa polêmica a vaidade de Cristina. Críticos dizem que ela passa mais tempo diante do guarda-roupa do que governando. A preocupação de Cristina pelo figurino ficou evidente ontem, no segundo dia de visita a Paris, onde se reuniu com o presidente Nicolas Sarkozy. Cristina usou três roupas diferentes ao longo do dia. Segundo o jornal Crítica, a viagem de dois dias custou ao Estado argentino US$ 300 mil.