Cristãos protestam após morte de ministro no Paquistão

Cristãos paquistaneses queimaram pneus e fizeram um protesto hoje pedindo justiça, um dia depois de militantes islamitas terem assassinado um ministro católico que defendia o grupo religioso, minoritário no país.

O governo, que tem sido acusado de não punir os radicais, prometeu tentar resolver a questão. Mas funcionários costumam fazer esse tipo de promessa depois de ataques deste tipo e há dúvidas sobre se o governo vai investigar militantes que um dia já foram apoiados pelo Estado.

Shahbaz Bhatti, de 42 anos, foi morto a tiros na capital, Islamabad, aparentemente porque pediu uma reforma na lei paquistanesa que impõe pena de morte a quem insultar o Islã. Ele estava sob segurança da polícia e de guardas paramilitares, mas havia pedido a eles que não o acompanhassem quando ele estivesse com sua mãe, segundo a polícia.

Bhatti, que era ministro das minorias religiosas, foi o segundo político paquistanês morto em dois meses por causa das leis sobre blasfêmia. No dia 4 de janeiro, o governador do Punjab, Salman Taseer, foi alvejado por um guarda-costas que discordava de sua visão de que as leis precisam ser mudadas.

O governo decretou três dias de luto pela morte de Bhatti e cristãos realizaram protestos em várias cidades. Bhatti se tornou conhecido por defender uma cristã sentenciada à morte por blasfêmia. “Qualquer um que cometa injustiça ou opressão terá de responder por isso”, gritaram centenas de pessoas na cidade de Rawalpindi, nas proximidades da capital, enquanto nuvens de fumaça subiam dos pneus em chamas.

Os cristãos representam 5% dos 180 milhões de habitantes do Paquistão. Juntamente com outras minorias não-muçulmanas, esse grupo costuma ser perseguido. Os cristãos vivem nas partes pobres das cidades, separados dos muçulmanos, e geralmente ficam com os empregos que exigem pouca qualificação e são mal pagos.

A polícia divulgou um retrato falado de um dos assassinos de Bhatti e várias pessoas foram interrogadas, mas aparentemente nenhuma tinha ligação direta com o ataque. As informações são da Associated Press.

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