Crise política no BC argentino deve se resolver na terça

Uma nova batalha do governo de Cristina Kirchner contra o presidente do Banco Central da Argentina, Martin Redrado, começou ontem à noite e deve se resolver apenas amanhã. Redrado, exonerado por decreto nos primeiros dias de janeiro e mantido no cargo graças a uma liminar na Justiça, foi impedido de entrar na sede do BC na noite de ontem. A ordem de bloqueio da entrada foi assinada pelo vice-presidente da instituição, Miguel Angel Pesce, por instrução do chefe de Gabinete da Presidência da República, Aníbal Fernández. O fato foi registrado por escrivão público, testemunhas e advogados de Redrado, que apresentaram uma denúncia penal contra Fernández.

Redrado quer permanecer à frente do BC até que a comissão bicameral se reúna amanhã para emitir um parecer sobre sua situação. O Executivo não é obrigado a seguir o conselho parlamentar que será emitido sobre a permanência ou não de Redrado como presidente do BC. Porém, o parecer parlamentar avaliza a decisão de Cristina de exonerá-lo por decreto. Justamente por esta etapa prevista pelas normas não ter sido cumprida, Redrado ganhou na Justiça o amparo para continuar no cargo até que a comissão se pronuncie.

Mas a Casa Rosada tem mais pressa. Na última sexta-feira, por volta das 22 horas, a diretoria do BC, integrada por maioria kirchnerista, reuniu-se para registrar em ata a posse de Pesce como presidente da instituição. Por isso, Cristina ordenou que a PF monte guarda na sede do BC para impedir a entrada de Redrado, facilitando assim que Pesce assuma a presidência.

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