Crimeia vota referendo sobre separação da Ucrânia

A região da Crimeia vota neste domingo em um referendo para escolher se permanecerá como parte da Ucrânia ou vai se separar do país e tentar uma anexação à Rússia. Estados Unidos e União Europeia dizem que a consulta popular é ilegal e ameaçam adotar fortes sanções contra a Rússia a partir desta segunda-feira.

A votação ocorre várias semanas após forças ligadas à Rússia tomarem o controle da Crimeia, uma região onde a grande maioria da população é de descendência russa. Muitos moradores dizem temer o novo governo ucraniano que tomou posse após a queda do presidente Viktor Yanukovych.

Neste sábado, autoridades ucranianas afirmaram que tropas russas apoiadas por helicópteros e veículos blindados avançaram cerca de 10 quilômetros após a fronteira da Crimeia, tomando uma vila onde fica uma unidade de distribuição de gás natural. Já representantes pró-russos na Crimeia dizem que caso os soldados ucranianos que estão ocupando bases na região não se rendam após o referendo deste domingo, eles serão considerados “ilegais”.

Enquanto isso, o ministro interino de Defesa da Ucrânia, Igor Tenyuk, disse em uma entrevista publicada neste domingo pela agência de notícias Interfax que a Crimeia “é nossa terra e nós não vamos sair daqui”.

Em Sevastopol, a capital da Crimeia onde fica a base da frota russa no Mar Negro, o entusiasmo com o referendo neste domingo era grande, com eleitores fazendo filas nos locais de votação mesmo antes da abertura. “Hoje é um dia importante para toda a Crimeia, Ucrânia e Rússia. Eu acredito que a maioria da população dirá ‘sim’ no referendo, o que significa que eles acreditam que devem ficar com a Rússia”, comentou a eleitora Manita Meshchina. Já Vera Sverkunova, questionada sobre seu voto, começou a entoar uma canção de guerra patriótica que diz: “Eu quero voltar para casa na Rússia, faz tempo que eu não vejo minha mãe”.

A minoria tártara muçulmana na Crimeia, porém, é contra a anexação à Rússia. “Esse referendo é um circo. Isso é uma tragédia, um governo ilegítimo com forças armadas de outro país”, disse neste domingo o líder tártaro Refat Chubarov, em uma entrevista para uma emissora de televisão da região. Fonte: Associated Press.

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