Crianças imploravam nesta quinta-feira (30) por comida dos caminhões que passavam pela região paquistanesa atingida nesta quarta (29) por um forte terremoto. Enquanto isso, os sobreviventes do tremor se preparavam para mais uma noite fria, em meio aos escombros de várias vilas do país. O número de mortos no terremoto na província do Baluquistão chegou a 215. Além disso, outras 15 mil pessoas perderam suas casas na empobrecida região, no sudoeste do país, perto da fronteira com o Afeganistão.
“O terremoto destruiu nossas casas, mas agora a demorada resposta do governo está nos matando”, reclamou Moosa Kaleem, que estava sentado com a mulher e os quatro filhos na cidade de Ziarat. “Nós não podemos passar outra noite nesse clima gélido, especialmente as crianças.” Algumas das vilas afetadas atingem temperaturas perto de 0 ºC em áreas montanhosas, a 2 mil metros acima do nível do mar.
Na região há um movimento separatista, mas a influência de militantes e a violência é muito menor que em outras áreas fronteiriças ao território afegão. Entre os primeiros a auxiliar as vítimas havia membros de partidos e grupos islâmicos radicais, inclusive um considerado terrorista pelos Estados Unidos. O Programa Mundial de Alimentação da Organização das Nações Unidas (ONU) pediu auxílio emergencial para as vítimas para os próximos dois meses. O Comitê Internacional da Cruz Vermelha informou que estava distribuindo 2.500 tendas às pessoas atingidas.