Crianças entram mais cedo na rede de drogas

Genebra

– As crianças estão entrando cada vez mais cedo nas redes de tráfico de drogas. Um estudo feito pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) concluiu que, atualmente, a média de idade dos menores recrutados pelo tráfico no Rio está entre 12 e 13 anos. Há dez anos, era de 15 e 16 anos.

Segundo o estudo, os jovens entram para o tráfico em busca de prestígio e poder, além da promessa de dinheiro fácil, que não poderiam ganhar em outras atividades. O trabalho ainda concluiu que, uma vez no tráfico, dificilmente a criança consegue deixar o crime. De acordo com a OIT, a maioria dos menores que se envolvem com narcotraficantes vem de famílias mais pobres, com baixo nível de escolaridade.

O estudo também faz um quadro geral sobre o trabalho infantil no Brasil. Segundo estimativas, cerca de 9,5 milhões de jovens entre 10 e 17 anos trabalham. Meio milhão deles em empregos domésticos.

Educação

Para a entidade ligada à ONU, uma das formas de conseguir evitar que as crianças entrem para o mercado de trabalho seria por meio da educação. Mas, especialistas apontam que não basta apenas abrir novas escolas. “O ensino deve ser de qualidade para que dê incentivos para que as crianças permaneçam na escola”, afirma a pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP) Ana Lúcia Kassouf, que foi convidada pela OIT para debater formas de eliminar o trabalho infantil.

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