A Suprema Corte do Paquistão adiou nesta quarta-feira (25) uma eleição parlamentar especial no distrito de Lahore para decidir se permitirá ao ex-primeiro-ministro Nawaz Sharif concorrer no pleito. O governo paquistanês enviou um apelo urgente hoje para derrubar uma decisão judicial que barrava a candidatura de Sharif e adiar a votação no distrito, que deveria ocorrer na quinta (26). A Corte não fixou uma nova data para a eleição em Lahore.
A Suprema Corte ouvirá na segunda-feira os argumentos sobre a elegibilidade de Sharif, disse o juiz Musa K. Leghari, chefe do painel de três magistrados que decidirá a questão.
Eleições para o Parlamento nacional do Paquistão e assembléias legislativas das províncias foram mantidas para amanhã em outros cinco distritos do país e não foram afetadas pela situação em Lahore.
Sharif não pôde concorrer nas eleições gerais de fevereiro no Paquistão por causa de condenações anteriores que ele sofreu a partir de 1999, quando foi afastado do governo do país pelo golpe militar.
A comissão eleitoral, após fevereiro, disse que Sharif poderia concorrer nas eleições em Lahore, mas a Justiça de Lahore determinou anteontem que ele não estava habilitado a concorrer no pleito desta quinta.
Desde a proibição da candidatura de Sharif, centenas de manifestantes em Lahore, Islamabad e outras cidades paquistanesas fizeram protestos e pediram que sua candidatura seja reinstaurada. Uma pesquisa recente indicou que Sharif era o mais popular político do Paquistão.
"Nós acreditamos que Nawaz Sharif é totalmente qualificado para disputar as eleições, mas ele tem sido repetidamente afastado do governo e do parlamento desde outubro de 1999," disse o porta-voz de Sharif, Sadiqul Farooq.
A eleição preencherá cinco cadeiras do Parlamento nacional do Paquistão e não deverá afetar a distribuição de poder na Assembléia Nacional de 342 deputados. Atualmente, o Partido do Povo do Paquistão tem 123 cadeiras e a Liga-N de Sharif tem 92 assentos.