Uma corte de Taiwan condenou hoje à prisão perpétua o ex-presidente do país Chen Shui-bian. Ele foi declarado culpado por corrupção, em mais um capítulo na turbulenta história política do país. A mulher de Chen, Wu Shu-chen, também foi declarada culpada por corrupção e recebeu a mesma condenação do marido, segundo um porta-voz da Corte.

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“Chen Shui-bian e Wu Shu-chen foram sentenciados à prisão perpétua, pois Chen fez um grave mal à nação e Wu porque esteve envolvida nos pactos corruptos como primeira-dama”, disse o porta-voz.

O funcionário acrescentou que o casal precisa ainda pagar uma multa total equivalente a US$ 15,2 milhões. Centenas de manifestantes estavam em frente ao tribunal, pedindo a libertação do ex-presidente.

O painel de três juízes da Corte do Distrito de Taipé declarou Chen, de 58 anos, culpado por várias acusações relacionadas à corrupção. Ele era acusado de desviar US$ 3,15 milhões de um fundo presidencial especial durante seu mandato entre 2000 e 2008.

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Também era acusado de receber subornos, estimados em US$ 9 milhões, lavagem de dinheiro em contas na Suíça e falsificação de documentos. O ex-presidente preferiu não permanecer hoje à Corte.

Desde dezembro ele está em uma prisão no subúrbio de Taipé, após promotores convencerem os magistrados a manterem Chen detido, depois de sua acusação formal.

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Eleição

Uma ilha de 23 milhões de habitantes, Taiwan teve sua primeira eleição presidencial em 1996, após quatro décadas de um regime em que governava apenas um partido.

A maioria dos taiwaneses acredita que Chen é pelo menos parcialmente culpado, mas alguns partidários creem que a postura dele contra a China teve um papel importante no caso.

O presidente Ma Ying-jeou e vários juízes do Ministério da Justiça negaram qualquer parcialidade. Chen foi o primeiro líder de Taiwan que não pertencia ao Partido Nacionalista desde que Chiang Kai-shek fugiu da ilha ao perder a guerra civil chinesa para os comunistas liderados por Mao Tsé-tung, em 1949. Ele chegou ao poder com uma plataforma anticorrupção e favorável a garantir a independência da ilha.