A Corte Suprema de Honduras determinou ontem que o presidente deposto do país no dia 28 de junho, Manuel Zelaya, não deve voltar ao poder, informa hoje o site do jornal espanhol “El País”. O tribunal não tornou pública sua decisão sobre Zelaya, mas a informação vazou por meio de uma fonte da corte e de um advogado ligado ao tema, segundo o diário. Os deputados hondurenhos devem se reunir no dia 2 de dezembro para decidir sobre a volta ou não do líder deposto ao cargo. Antes disso, Honduras terá eleições presidenciais neste domingo.
Diversos órgãos hondurenhos enviarão relatórios sobre o retorno de Zelaya, mas a decisão final será do Congresso. O líder deposto já chegou a afirmar que não pretende mais voltar ao cargo, ao declarar rompido o pacto firmado entre o grupo dele e o do presidente de facto, Roberto Micheletti. Zelaya exigia voltar ao poder antes das eleições e da formação de um governo de união. Quando Micheletti anunciou a formação de uma nova administração, ele rechaçou a iniciativa e declarou as negociações fracassadas.
Agora, o líder deposto pede que não sejam reconhecidas as eleições presidenciais, pois elas foram organizadas e serão realizadas sob o regime golpista. Zelaya chegou a ser expulso do país após o golpe, mas retornou em segredo e, desde o dia 21 de setembro, está abrigado na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa. O Brasil afirma que não reconhecerá as eleições, mas países como Estados Unidos, Peru, México, Panamá e Colômbia deram sinais de que aceitarão o resultado.