Correa pedirá desconto em sua dívida externa

O presidente equatoriano, Rafael Correa, anunciou neste sábado (13) que pedirá uma redução “muito importante” da dívida internacional de seu país. “Queremos apresentar uma proposta na qual reconheceremos o valor da dívida, mas um valor muito inferior a esses US$ 3,8 bilhões que supostamente devemos, apesar de já termos pago muito mais do que isso”, declarou Correa. Na véspera, Correa disse que o país declarou moratória de parte de sua dívida externa, decidindo não pagar US$ 30,6 milhões de juros do bônus global 2012, que venceria na próxima segunda-feira. “Dei a ordem para que esses juros não sejam pagos”, disse Correa em uma coletiva de imprensa na cidade portenha de Guayaquil. Os bônus Global equatorianos somam um total de US$ 3,8 bilhões, 39% do total da dívida pública externa equatoriana, que em outubro chegou a US$ 9,937 bilhões – o equivalente a 19% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, segundo o Banco Central.

Correa se disse disposto a travar “uma dura batalha”, com eventuais “queixas, processos e embargos”. “Assumo pessoalmente a responsabilidade. Se isso custar demais ao país, ele decidirá se quer me manter ou não como presidente”, afirmou. Muito crítico em relação a organizações como o Fundo Monetário Internacional (FMI) ou o Banco Mundial (Bird), o dirigente equatoriano destacou que está preparando “uma proposta de reestruturação” da dívida que inclui “um ótimo desconto”. “Dissemos que grande parte da dívida é imoral e ilegítima, mas talvez haja uma parte legítima nas mãos de credores de boa fé”, prosseguiu.