Funcionários das duas Coreias se reuniram hoje para discutir seu complexo industrial conjunto apenas dois dias após terem trocado tiros no mar, deixando clara a constante ameaça à segurança na península dividida pelos dois países. Funcionários dos dois lados se encontraram na cidade norte-coreana de Kaesong, como agendado, para discutir o desenvolvimento de seu parque fabril conjunto. No entanto, autoridades norte e sul-coreanas não chegaram a um acordo

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A Coreia do Norte disparou dezenas de bombas na direção oeste do mar na semana passada, fazendo com que a Coreia do Sul respondesse com tiros de advertência. Pyongyang alegou que os disparos faziam parte de um exercício militar e funcionários sul-coreanos disseram que não houve feridos ou danos.

Duas zonas proibidas para a navegação demarcadas pela Coreia do Norte na semana passada, antes da tensão marítima entre os dois países, continuam a valer. Hoje, a agência de notícias Yonhap, de Seul, informou que Pyongyang emitiu comunicados determinando mais cinco zonas proibidas: quatro na costa oeste e uma na leste.

A fronteira marítima, que não é bem demarcada, é uma constante fonte de tensões entre os dois países. Suas Marinhas entraram em conflito em novembro, o que levou à morte de um marinheiro norte-coreano e deixou mais três feridos. Em 1999 e 2002, as duas nações realizaram suas batalhas mais sangrentas no mar.

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Negociações

As conversas de hoje sobre o complexo de Kaesong terminaram sem acordo, segundo o Ministério de Unificação em Seul. O Norte repetiu a exigência de colocar o aumento de salários na agenda, enquanto o Sul defendeu que as discussões deveriam se concentrar no alívio das restrições para trabalhadores sul-coreanos cruzarem a fronteira, disse a porta-voz do Ministério Lee Jong-joo.

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Os dois lados também não conseguiram estabelecer uma data para a próxima rodada de negociações, disse Lee. Desde 2004, Kaesong combina capital e conhecimento sul-coreano com mão de obra barata norte-coreana – um símbolo da cooperação entre rivais de guerra. As tensões entre os dois países, que tecnicamente continuam em guerra porque não assinaram um tratado de armistício, ameaçam o projeto.

EUA

Hoje, a Coreia do Norte repetiu seu pedido por um tratado de paz, criticando os Estados Unidos por elevar as tensões ao aumentar suas tropas na região e fortalecer sua aliança militar com Seul. A política dos EUA “é a de tentar asfixiar (a Coreia do Norte) pela força e manter sem contestação sua hegemonia militar na região”, disse o jornal norte-coreano Rodong Sinmun, citando funcionários da Agência Central de Notícias coreana.

A Coreia do Norte afirma que foi forçada a desenvolver seu programa de armas nucleares como defesa contra a presença militar na Coreia do Sul. No ano passado, o país deixou as negociações do sexteto que tinham como objetivo persuadir o país a desistir de seu arsenal nuclear em troca de ajuda.