Coreia do Norte ameaça uso de dissuasão nuclear

A Coreia do Norte ameaçou usar uma “potente dissuasão nuclear” em resposta às manobras militares conjuntas dos Estados Unidos e da Coreia do Sul que serão realizadas no fim de semana. A tensão com o país comunista aumentou por causa do naufrágio, em março, de um navio sul-coreano que matou 46 marinheiros. Seul acusa Pyongyang pelo afundamento do navio. Mas o governo norte-coreano nega o ataque.

Mais cedo, a Coreia do Norte havia ameaçado os Estados Unidos e a Coreia do Sul com uma “resposta física” aos exercícios navais. No Vietnã, onde participa de um fórum regional do sudeste asiático, a secretária de Estado norte-americana Hillary Clinton e autoridades norte-coreanas trocaram farpas sobre o incidente naval, as manobras militares e a imposição de novas sanções dos Estados Unidos contra Pyongyang.

O porta-voz da delegação norte-coreana para as conversações, Ri Tong Il, repetiu a negativa de Pyongyang sobre a responsabilidade no naufrágio do navio sul-coreano, ocorrido em março e que matou 46 marinheiros, e disse que as operações militares são uma violação de sua soberania que lembram os dias da “diplomacia das canhoneiras” do século 19.

Os exercícios serão “outra expressão da política hostil contra” a Coreia do Norte. “Haverá resposta física contra a ameaça imposta pelo Exército dos Estados Unidos”, disse Ri a jornalistas em Hanói nesta sexta-feira. Hillary respondeu dizendo que os Estados Unidos desejam se reunir e negociar com Pyongyang, mas que esse tipo de ameaça só eleva as tensões. Ela acrescentou que o progresso no curso prazo parece improvável, dadas as circunstâncias.

“É desolador quando a Coreia do Norte mantém suas ameaças que causam tanta ansiedade entre seus vizinhos e na região”, disse ela aos jornalistas. “Mas nós demonstraremos mais uma vez com nossos exercícios militares que os Estados Unidos mantêm seu firme apoio à defesa da Coreia do Sul e vamos continuar a fazê-lo”.

Pouco antes de Ri falar, Hillary havia criticado o que qualificou como “atos beligerantes” do Norte, advertindo que o país deve reverter a “campanha de comportamento provocativo e perigoso” se quiser melhorar as relações com seus vizinhos e com os Estados Unidos. Ela disse que a estabilidade na região, particularmente na Península Coreana, depende em grande parte de convencer uma Coreia do Norte “isolada e beligerante” a alterar o curso e retornar às conversações de desarmamento nuclear.

A solução pacífica dessas questões no norte da península será possível apenas se a Coreia do Norte mudar seu comportamento de forma fundamental, disse Hillary aos representantes de dez países da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e de países com interesses na região como Estados Unidos, China, Japão, Coreia do Sul e Rússia.

Não havia sinais de que integrantes das delegações dos Estados Unidos e da Coreia do Norte se reuniriam ou mesmo se cruzariam durante o fórum anual de segurança que, no passado, foi um local para raras conversações entre os dois lados.

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