A Coréia do Norte responsabilizou a Coréia do Sul pela morte a tiros de uma turista sul-coreana no país comunista. A declaração de Pyongyang, capital norte-coreana, deve exacerbar a tensão entre as Coréias, acentuadas desde que o conservador Lee Myung-bak assumiu a presidência sul-coreana em fevereiro. No início deste sábado (12), Lee denunciou a morte da dona de casa Park Wang-ja, de 53 anos, e pediu a cooperação do Norte na investigação.
Park Wang-ja foi morta por um soldado quando entrou, ao amanhecer de sexta-feira, numa área restrita separada por cerca junto a uma praia perto de um resort, segundo os informes. O resort onde ocorreu o incidente é parte da bem demarcada e fortemente controlada área na costa Leste da península da Coréia e uma das duas únicas áreas que turistas sul-coreanos podem visitar no Norte.
"O que não poderia nem deveria acontecer, aconteceu", disse Lee em reunião de ministros de segurança. "Não entendo porque eles atiraram numa turista civil" numa hora em que era possível ver que ela era civil, disse Lee ao pedir a "cooperação ativa" de Pyongyang na investigação.Mas na declaração do birô de turismo norte-coreano, Pyongyang disse que a turista invadiu "área sob controle militar no lado Norte, sozinha, de madrugada".
O Norte disse que um soldado viu a turista e ordenou que ela parasse, mas ela correu. O soldado "repetidamente gritou para que ela parasse" e fez disparos de alerta, mas então não pode fazer nada "senão abrir fogo" contra a mulher, segundo declaração do birô. "A responsabilidade pelo incidente é inteiramente do lado Sul", acrescentou a declaração divulgada pela oficial Agência de Notícias Central da Coréia, pedindo que Seul se desculpe e adote medidas para evitar que isso aconteça novamente.
O marido de Park, Bang Young-min, 53, disse que espera que a verdade apareça. "Espero que todas as suspeitas sejam desfeitas, assim as almas dos mortos possam descansar em paz", afirmou num hospital em Seul para onde o corpo de Park foi levado.