A comissária da União Europeia para o Clima, Connie Hedegaard, apontou Estados Unidos, China e Índia como os principais entraves para a produção de um acordo para controlar as emissões de gases causadores do efeito estufa na conferência da ONU sobre o clima, em Durban. O encontro, que reúne representantes de 194 nações, deve acabar mais tarde nesta sexta-feira após duas semanas de negociação.
Hedegaard disse que, a menos que EUA, China e Índia alterem suas posições, “eu não acho que haverá um acordo em Durban”. Apenas metade dos países reunidos concordam com um novo acordo para tornar o controle das emissões uma obrigação legal dos países. Nesse caso, os que desobedecerem as metas ficariam sujeitos a punições.
Grandes países em desenvolvimento, como Brasil e África do sul, concordaram com metas com força de lei após 2020. Hedegaard disse que, durante as conversas ocorridas até 4h da manhã (hora local) drdya sexta-feira, muitas nações em desenvolvimento concordaram com as metas com força de lei para conter emissões, após 2020.
Ainda não se sabe, porém, se será possível chegar a um acordo em Durban para superar as divergências e fechar um acordo de peso. As obrigações com força de lei para os países desenvolvidos que assinaram o Protocolo de Kyoto expiram após 2012. As negociações em Durban buscam estabelecer um mecanismo legal para suceder Kyoto, que possa ser também aceito por China, EUA e outras grandes economias que não eram alvo do acordo.
A União Europeia aposta em um cronograma para se chegar a um novo acordo internacional em 2015. O pacto, porém, não deve entrar em vigor antes de 2020. O apoio de Índia e China ao documento é crucial, pois os EUA dizem que não vão aceitar compromissos sem a participação dos dois grandes países em desenvolvimento. Mais cedo nesta semana, Pequim disse que poderia aceitar um acordo com força de lei após 2020, mas sob condições muito estritas. As informações são da Dow Jones e da Associated Press.