Consulta popular em Santa Cruz começa tranqüila, apesar de conflitos isolados

A consulta popular sobre o Estatuto de Autonomia do estado de Santa Cruz começou neste domingo (4) às 8 horas (9 horas de Brasília) e vai até às 17 horas, e em algumas localidades mais distantes, até às 19 horas. Apesar de alguns conflitos em pontos isolados do estado, a situação é considerada tranqüila pelas autoridades eleitorais locais.

A segurança está sendo feita pelas guardas municipais nas quinze províncias que compõem o estado, uma vez que a Força Nacional não foi mobilizada, porque o governo do presidente Evo Morales não reconhece a constitucionalidade da consulta.

Apenas um pelotão da Força Nacional foi deslocado, sábado à noite, para a província de San Julian, a 150 quilômetros da capital do estado, Santa Cruz de la Sierra, onde ocorreram alguns conflitos A situação ainda é considerada tensa porque San Julian concentra um grande número de pessoas contrárias realização da consulta, como também é o caso das províncias de Ñuflo de Chaves Yapacani, Los Troncos e Quatro Cañadas, e mais o bairro de Plan Tres Mil, na capital.

Também no sábado, na província de Yapacani, a 130 quilômetros da capital, manifestantes contrários consulta bloquearam ruas, com pneus, paus e pedras, e queimaram urnas de papelão, que seriam utilizadas na votação de hoje. Desde as 8 horas da manhã de sexta-feira (2) vigora em todo o estado a "lei seca" (proibição de venda de bebidas alcoólicas), que se estenderá até as 19 horas deste domingo, após o encerramento da consulta. Houve registro de pessoas que foram encontradas bebendo, mas a guarda municipal se mantém vigiando e reprimindo o consumo de bebidas alcoólicas.

A Corte Departamental Eleitoral de Santa Cruz habilitou 935.527 pessoas para votar na consulta popular, o que significa um crescimento de 11,5% de eleitores em relação a semelhante consulta realizada em 2 de julho de 2006 – a primeira consulta sobre a autonomia administrativa, política e financeira do estado contra a subordinação ao governo federal, onde foi vencedora a proposta do "sim".

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