Com uma mensagem de renovação do Partido Conservador, David Cameron chega ao poder no Reino Unido após 13 anos de governo trabalhista. O líder incluiu na agenda temas como o meio ambiente e o cuidado com a saúde pública, de forma a diluir a imagem desgastada deixada por Margareth Thatcher. O lema de sua campanha foi a defesa da “grande sociedade”, uma forma repaginada de dizer “Estado mínimo”.
No entanto, a aversão à União Europeia e à imigração levam opositores a questionar o real compromisso dos conservadores com a modernização. Cameron é contra uma maior integração com Bruxelas e, no parlamento europeu, está ligado a partidos de extrema direita e homofóbicos. Também é a favor de cota para a concessão de vistos de entrada no país e cortes imediatos dos gastos públicos.
O novo primeiro-ministro costuma ser chamado de “Tony Blair da direita”. Jovens e carismáticos, ambos ascenderam com o discurso da renovação de seus partidos e chegaram ao poder cedo, com a mesma idade, aos 43 anos. “Ao decidir pular uma geração e optar por um homem cuja boa aparência e habilidade para se conectar com os eleitores inevitavelmente geram comparações com Tony Blair, o partido mostrou ter redescoberto sua determinação para vencer”, escreveu o Financial Times, em uma série especial sobre o político, antes das votações.