O Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) condenou nesta quinta-feira (6) a recente incursão militar de Israel contra a Faixa de Gaza. A resolução, patrocinada pelo Paquistão e por outros países muçulmanos, dizia que as incursões israelenses em território palestino infligem punição coletiva à população civil. A resolução foi aprovada por 33 votos a favor, um contra e 13 abstenções. O texto manifesta "choque pelo bombardeio promovido por Israel contra residências palestinas e a morte de civis".
O documento pede ainda "o fim imediato de todos os ataques israelenses contra os territórios palestinos ocupados, assim como o fim dos disparos de foguetes rústicos (por rebeldes palestinos) que resultaram na morte de dois civis e ferimentos em outros no sul de Israel". Mais de 120 palestinos morreram durante a mais recente incursão militar israelense contra Gaza, iniciada na quarta-feira da semana passada e encerrada há dois dias. A maior parte das vítimas era civil, segundo um grupo israelense de defesa dos direitos humanos. Quatro israelenses morreram no mesmo período, sendo dois civis e dois militares.
A Rússia, a China, a Índia e a maioria dos países latino-americanos que integram o Conselho de Direitos Humanos votaram junto com os árabes em favor da resolução. Os países europeus se abstiveram. O Canadá votou contra por considerar o texto "desequilibrado". O embaixador israelense na ONU, Itzhak Levanon, qualificou como "exageradas, distorcidas e inexatas" as acusações levantadas contra seu país no conselho. Ainda segundo ele, o grupo islâmico Hamas, que controla a Faixa de Gaza, cometeu crimes de guerra.
Por sua vez, o embaixador palestino na ONU, Mohammad Abu-Koash, opinou que o fato de a resolução não ter sido aprovada por unanimidade encorajaria Israel a promover novas violações contra os palestinos. "Uma urgente intervenção internacional é necessária para acabar com o assassinato e oferecer proteção à população civil palestina", disse ele. A resolução de hoje é a quarta a condenar Israel no Conselho de Direitos Humanos da ONU desde sua fundação, dois anos atrás.