Os líderes no Congresso norte-americano aumentaram hoje a pressão para que a British Petroleum (BP) indenize as vítimas que sofreram danos econômicos causados pelo vazamento de óleo no Golfo do México, enquanto o presidente Barack Obama se preparava para oferecer suas condolências aos parentes dos 11 funcionários da plataforma de petróleo Deepwater Horizon, que morreram na explosão de 20 de abril.
A líder da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, disse que “cada contribuinte na América deve saber que a BP será responsabilizada pelo que é devido”. Ela falou na Casa Branca depois de Obama ter se reunido com líderes dos dois partidos no Congresso. O líder dos Republicanos no Senado, Mitch McConnell, concordou que a BP precisa “limpar o vazamento”, mas disse que os legisladores democratas não devem usar a tragédia para tentar conseguir apoio para uma nova lei de energia.
Perguntado se a BP deve cortar os dividendos de seus acionistas, Pelosi disse que “acho que é apropriado para a BP pagar pelos trabalhos no Golfo.” “Eles têm a responsabilidade, perante a lei, de pagar por esses danos. Eles ganharam US$ 17 bilhões no ano passado. Talvez as pessoas que recebem dividendos já tenham dinheiro suficiente”, afirmou. Nancy Pelosi disse ainda que foi “apropriado para o governo insistir que eles obedeçam a lei”. “Eles fracassaram e deturparam em todos os sentidos.”
O presidente Barack Obama, após reunião com um grupo bipartidário de legisladores, disse que a lei existente que regula os vazamentos de petróleo foi aprovada “quando as pessoas não previam perfurações a quatro milhas (6 quilômetros) de profundidade na busca por petróleo”. Ele disse que estava contente com o fato de que líderes de ambos os partidos terem concordado, durante a reunião, que o Ato de Poluição de Petróleo deve ser atualizado para indenizar os moradores da região do Golfo que vivem da economia local e das indústrias da pesca e do turismo.
Obama ainda tem que conversar com Tony Hayward, executivo-chefe da BP, sobre a resposta da empresa ao vazamento. O porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, não descartou a possibilidade de a reunião de Obama com Hayward ocorrer na próxima semana. Hayward deve testemunhar no dia 17 de junho perante o subcomitê de Energia da Câmara sobre o vazamento.
Emenda
Integrantes do Congresso prometeram nesta semana fazer uma emenda a uma lei de 1920 que limita a responsabilidade por mortes a mais de três milhas da costa. Gibbs disse que Obama também quer ouvir o que as famílias pensam sobre as mudanças que o governo pode fazer para assegurar que futuras explorações em grande profundidade sejam seguras. O presidente impôs uma interrupção temporária nesse tipo de exploração depois da explosão na costa da Louisiana.
A reunião privada do presidente com as famílias no State Dining Room, na Casa Branca, é parte de seus esforços para mostrar ao público que ele está no controle da situação. Obama reuniu-se na segunda-feira com funcionários de gabinete envolvidos na resposta ao vazamento de petróleo e reiterou suas advertências anteriores para que a empresa britânica não dê “pouca importância” aos empresários que estão perdendo renda por causa do vazamento.
Desde a explosão, Obama visitou a costa da Louisiana três vezes. Ele planeja voltar ao local na segunda e na terça-feira, para uma viagem que o levará a áreas afetadas no Mississippi, no Alabama e na Flórida. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.