O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, teve em Washington uma recepção mais calorosa do Congresso que da Casa Branca, com os principais democratas e republicanos dando boas vindas ao líder que discordou do governo americano sobre a expansão dos assentamentos israelenses em Jerusalém Oriental.
“Nós no Congresso ficamos ao lado de Israel”, disse a líder da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi (Democrata pela Califórnia). “No Congresso, nós falamos com apenas uma voz sobre o assunto de Israel”.
A reunião de Netanyahu com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, mais tarde nesta terça-feira, será fechada aos jornalistas. A administração Obama recusou-se a dizer quais promessas Netanyahu está fazendo para suavizar uma das maiores crises diplomáticas entre as duas nações em décadas.
A reunião de Netanyahu com a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, ocorreu na noite de ontem num hotel e a imprensa também não teve acesso ao encontro. Após a reunião, Hillary e Netanyahu jantaram na casa do vice-presidente dos EUA, Joe Biden, numa aparente tentativa de contornar uma situação constrangedora que aconteceu há duas semanas, quando Biden visitava Israel e o governo de Netanyahu anunciou a expansão dos assentamentos judaicos em Jerusalém Oriental. Após o anúncio, furioso e constrangido, Biden chegou a um jantar então oferecido por Netanyahu com 90 minutos de atraso. A animosidade cresceu e agora os dois países tentam retomar o diálogo.
“Nós não temos nenhum aliado mais forte no mundo do que Israel”, disse o líder republicano na Câmara, John Boehner (Republicano por Ohio). “Todos sabemos que estamos num momento difícil. Eu estou contente que o primeiro-ministro esteja aqui, porque podemos ter um diálogo aberto”, disse o republicano.
Pelosi e Boehner assinalaram o Irã como uma ameaça que é uma grande preocupação e também como uma questão na qual os EUA cooperarão com Israel. Netanyahu agradeceu o apoio dos representantes e depois teve reuniões com vários senadores democratas e republicanos, entre os quais o chefe do Comitê de Relações Exteriores do Senado, John Kerry (Democrata por Massachusetts), o líder republicano no Senado, Mitch McConnel (do Kentucky) e o senador Joe Lieberman (independente por Connecticut).