A crise econômica e o aumento do desemprego estarão no centro da reunião anual do Congresso Nacional do Povo da China, que começa na quinta-feira (5) em meio ao aumento da tensão provocada pela proximidade do aniversário de 50 anos do fracasso do levante no Tibete que forçou o exílio do dalai-lama na Índia.
O principal ponto da pauta será o detalhamento do pacote de estímulo de US$ 586 bilhões (4 trilhões de yuans) anunciados em novembro do ano passado, que poderá crescer se as autoridades de Pequim se convencerem de que ele é insuficiente para amenizar a acentuada redução da atividade econômica verificada desde o quarto trimestre de 2008, quando cresceu 6,8%. A China fechou o ano com expansão de 9%, o menor nível desde 2001.
A maneira como os recursos serão aplicados já começou a ser debatida na terça no primeiro dia de encontro da Conferência Política Consultiva do Povo Chinês (CPCPC), organismo formado por 2.300 pessoas com o papel de aconselhar o governo. O porta-voz da sessão, Zhao Qizheng, afirmou que uma das principais preocupações da CPCPC é o risco de os recursos serem utilizados em obras inúteis ou duplicadas. “Os conselheiros políticos acreditam que o uso dos 4 trilhões de yuans deve ser criterioso e razoável e para o benefício do bem-estar da população.”
Há uma percepção crescente entre analistas de que o plano não traz medidas eficazes para estimular o consumo doméstico, visto como essencial para a superação da crise no momento em que a demanda global por bens fabricados na China despenca.
