O Congresso de Honduras retirou na noite de ontem o país da Alternativa Bolivariana para as Américas (Alba). Os hondurenhos faziam parte da associação desde agosto de 2008, quando governava o então presidente Manuel Zelaya, deposto em 28 de junho do ano passado.

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“Honduras já não pertence à Alba”, afirmou o presidente da Câmara dos Deputados, Toribio Aguilera, membro do opositor Partido Inovação. Ele informou que a determinação foi adotada por 123 dos 128 congressistas do país, afiliados a cinco partidos. Somente cinco membros do Partido Unificação Democrática, de esquerda, não votaram pela saída da Alba.

A proposta foi apresentada em 16 de dezembro pelo presidente de facto, Roberto Micheletti. “Com essa decisão, fechamos uma possibilidade importante de financiamento para o país”, advertiu Aguilera. Já para o vice-chefe do bloco governista do Partido Liberal, Valentín Suárez, a “Venezuela já havia rompido suas relações com Honduras e denunciado o tratado da Alba. Por isso, não é necessário que nós denunciássemos esse sistema de integração”.

Na véspera, o ministro da Casa Civil do governo de facto, Rafael Pineda, disse que a saída da Alba “não implica suspender relações comerciais com os países que a integram. Renunciamos ao tratado de adesão à Alba porque alguns países dessa organização não tiveram um trato respeitoso com Honduras”.

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Por meio da Alba, a Venezuela emprestou mais de US$ 300 milhões a Honduras. O grupo é integrado por Bolívia, Cuba, Dominica, Nicarágua e Venezuela. A Alba é uma iniciativa liderada pelo presidente venezuelano, Hugo Chávez, surgida em dezembro de 2004.

Centenas de membros da Frente de Resistência Contra o Golpe, que apoia Zelaya, fizeram na quinta-feira um protesto na capital contra a iniciativa de abandonar a Alba. Um líder partidário de Zelaya, Juan Barahona, disse que a atitude mostra que o golpe de Estado “foi realizado para deter as urgentes transformações estruturais da sociedade e mandar uma mensagem negativa aos povos latino-americanos que constroem projetos sociais progressistas”.

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Deposição

Os militares depuseram Zelaya em junho por ele ter convocado uma Assembleia Constituinte sobre possíveis reformas na Carta do país. Militares, parlamentares e magistrados afirmaram que a intenção de Zelaya era seguir no cargo, tentando uma reeleição, o que é proibido no país. O presidente acabou deposto e expulso, sendo levado à Costa Rica. Zelaya retornou em segredo a Honduras e, desde 21 de setembro, está na embaixada brasileira em Tegucigalpa.