O congresso da Venezuela, que é controlado pela oposição, abriu uma investigação política contra o presidente Nicolás Maduro por supostamente violar a ordem constitucional, aprofundando um impasse desencadeado pela suspensão do referendo revogatório contra o líder socialista.

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O movimento, realizado em uma sessão legislativa especial nesta terça-feira, era esperado desde que os líderes da oposição se declararem em rebelião e pediram por manifestações para forçar a queda de Maduro. Mas é pouco provável que a sessão tenha qualquer efeito legal, uma vez que Maduro ainda controla outros ramos do governo, incluindo o exército e a Suprema Corte, que já declarou ilegítima a Assembleia Nacional.

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Na votação desta terça-feira, na qual a oposição argumentou que Maduro abandonou efetivamente a presidência ao negligenciar seu cargo, vários legisladores também questionaram se ele era um cidadão colombiano com dupla nacionalidade e, consequentemente, incapaz de ser o mandatário venezuelano. É uma acusação antiga e sem provas e vista como exagerada.

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Diferentemente de outros países latino-americanos, a Assembleia Nacional venezuelana não pode pedir o impeachment do presidente. Essa decisão cabe à Suprema Corte, que nunca votou contra Maduro.

Em um discurso realizado hoje, Maduro acusou os deputados da oposição de agirem como integrantes de um “circo”, tentando conduzir um “golpe preliminar”.

“A Assembleia Nacional tem se transformado em um bastião da amargura e do mal, é inútil aos interesses do país e do nosso povo”, disse o presidente a milhares de funcionários públicos reunidos em frente ao palácio presidencial. “É um objetivo único: prejudicar a Venezuela”.

Ele também criticou o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. “Obama está partindo e antes de sair quer causar danos à Venezuela”, disse. “Esse é Obama abanando seu rabo antes de partir”. Fonte: Associated Press.