Líderes comunitários congoleses disseram hoje que imploraram pela proteção de soldados da força de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) e do exército congolês para camponeses no leste do país, antes que gangues de insurgentes estuprassem mais de 200 pessoas ao redor de Luvungi. O vilarejo, de 2,2 mil pessoas, fica a apenas meia hora de carro de uma base de soldados da ONU e de outra base com centenas de soldados congoleses.

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O número de pessoas tratadas pelos estupros que ocorreram entre 30 de julho e 4 de agosto agora está em 242 – um número alto mesmo para o leste do Congo, um lugar onde o estupro virou um risco diário. Os insurgentes ocuparam a região por mais de 4 dias, até que se retiraram voluntariamente.

O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, manifestou ultraje com os estupros – sobreviventes disseram que foram atacadas por bandos entre dois e seis insurgentes, e violadas na frente dos maridos e filhos.

Ban enviou seu secretário-geral assistente, Atul Khare, para investigar a acusação de falta de ação das tropas da missão da ONU na nação africana. As tropas locais do órgão afirmam que passaram pelo vilarejo de Luvungi, mas que ninguém disse nada sobre a presença das gangues.

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A versão da ONU, contudo, já foi contestada por várias associações de defesa dos direitos humanos. Charles Masudi Kisa, da Associação Civil Walikale, disse que a entidade soou o alarme em 25 de julho, quando avisou o exército congolês e as autoridades locais que a retirada dos soldados estava colocando em perigo centenas de civis.

Masudi também disse que no dia 29, alertado por taxistas, avisou o escritório de assuntos civis da ONU em Walikale, o exército e administradores locais que os insurgentes estavam se movendo sobre Luvungi. “Imploramos novamente por segurança para a população de Luvungi e dissemos que as pessoas estavam em perigo”, disse. Freddy Zanga, secretario da associação de líderes Masudi, confirmou o relato.

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