O Exército congolês denunciou nesta quarta-feira (29) que soldados de Ruanda cruzaram a fronteira e atacaram soldados do país, elevando a tensão em meio a temores de que o conflito envolve nações vizinhas.

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Milhares de refugiados começaram a chegar à cidade de Goma, no leste da República Democrática do Congo, em meio à demora provocada pelos tanques, caminhões e jipes militares que se retiravam do campo de batalha. Entre a população em fuga estão pessoas que ontem se refugiaram em um acampamento improvisado nos arredores de Goma, elevando o número de deslocados pelo conflito de 15 mil para 45 mil em apenas um dia. O governo ruandês, liderado pela etnia tutsi, rechaçou imediatamente a acusação de que teria atacado o Exército do Congo em apoio a uma rebelião da minoria tutsi em solo congolês.

O Congo, no entanto, pediu ajuda à vizinha Angola para “defender a integridade territorial” do país, elevando os temores de que o conflito poderia extrapolar as fronteiras congolesas. Uma guerra que afligiu o Congo entre 1997 e 2003 envolveu oito nações africanas e transformou-se numa investida contra as riquezas minerais congolesas. A rádio estatal angolana informou que o Congo pediu principalmente apoio político e diplomático, mas o ministro congolês de Cooperação Internacional Raymond Tshibanda pediu ontem à noite ao presidente angolano “uma promessa de engajamento, uma ajuda para salvar vidas, defender a integridade territorial e impor a autoridade do Estado no país”.

O pedido vem à tona em um momento no qual a força de manutenção de paz da Organização das Nações Unidas (ONU), composta por 17 mil homens, encontra-se no limite com o agravamento do conflito e necessita rapidamente de reforços, disse Alan Doss, enviado da entidade ao Congo. A dificuldade encontrada pelos mantenedores de paz da ONU para conter a rebelião enfureceu a população congolesa, que esta semana atacou instalações da ONU em Goma.

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