Milhares de partidários do ex-presidente das Maldivas, Mohamed Nasheed, entraram em confronto com forças de segurança nesta quarta-feira, um dia após sua renúncia, que segundo ele foi provocada por um golpe de estado.
Nasheed estava no meio à multidão que se reuniu numa praça do centro da capital Malé, perto da sete da polícia e do Exército, antes da expulsão dos manifestantes.
Em comunicado, o Partido Democrático Maldívio (PDM), legenda de Nasheed, disse que os ex-presidente foi espancado pela polícia durante a manifestação e que vários outros integrantes do partido ficaram feridos e foram detidos.
Não há informações independentes sobre o que aconteceu com Nasheed e sua localização precisa é desconhecida.
“Nós condenamos fortemente o violento ataque”, disse o PDM em comunicado, pedindo que a comunidade internacional “ajude-nos” a assegurar a libertação dos que foram presos.
Gritando palavras de ordem em apoio a Nasheed, os manifestantes jogaram pedras e as forças de segurança responderam lançando gás lacrimogêneo e spray de pimenta, expulsando a multidão da praça.
“Não vamos parar”, disse Mohamed Abdulla, partidário do PDM. “Vamos nos reagrupar e protestar em outro local.”
Nasheed liderou a multidão até a praça após uma reunião com a liderança do partido, que aprovou uma resolução considerando ilegítimo o novo governo do presidente Mohamed Waheed, que era seu vice.
Em entrevista exclusiva à agência France Presse, Nasheed afirmou que foi forçado a renunciar por um grupo de policiais rebeldes armados e oficiais do Exército que ameaçaram realizar um banho de sangue, caso ele se recusasse a deixar o poder. As informações são da Dow Jones.