Centenas de policiais tentaram retirar manifestantes de locais onde realizavam protestos contra o governo nas proximidades da capital da Tailândia nesta terça-feira. A ação deu início a confrontos que deixaram quatro mortos e 64 feridos.
Vários disparos foram ouvidos no gabinete da primeira-ministra Yingluck Shinawatra quando os policiais começaram a remover os manifestantes e a desmontar um palco improvisado. Testemunhas disseram que os disparos foram feitos tanto por policiais quanto por manifestantes. Posteriormente, a polícia se retirou do local.
Os serviços de emergência informaram que três civis e um policial morreram e 64 pessoas ficaram feridas durante os confrontos desta terça-feira. Dentre os feridos há um jornalista da Phoenix TV, emissora de Hong Kong.
O chefe do Departamento de Investigações Especiais, Tharit Pengdit, declarou, em coletiva de imprensa, que os manifestantes haviam jogado granadas contra a polícia.
Os atos de violência tiveram início após a polícia ter sido enviada para várias regiões da cidade para deter e retirar manifestantes que há semanas realizam acampamentos com o objetivo de pressionar a renúncia de Yingluck. Eles querem a formação de um conselho popular, não eleito, para implementar reformas e encerrar a corrupção, além de manter a família Shinawatra fora da política.
Desde o início dos protestos, em novembro, os manifestantes bloqueiam escritórios do governo e há cerca de um mês ocupam cruzamentos na capital. Até agora, a polícia tinha evitado dispersá-los por temer que isso desencadeasse ações violentas, embora 15 pessoas já tenham morrido.
Mas na segunda-feira, o centro de comando de segurança especial do governo anunciou que retomaria cinco locais de protesto para uso público, medida tornada possível pelo estado de emergência declarado em janeiro.
Milhares de policiais, dentre eles esquadrões antidistúrbio, foram enviados para vários pontos da cidade nesta terça-feira para a operação que o governo chamou de “Paz para Bangcoc”.
O ministro dos Transportes, Chadchart Sittipunt, disse à Associated Press que manifestantes sequestraram dois ônibus do serviço de transporte público e os usaram para bloquear o acesso a um local de protesto perto do Ministério do Interior.
As operações ocorreram um dia antes de o Tribunal Civil decidir sobre a invocação, pelo governo, do decreto de emergência, que permite às autoridades exercer amplos poderes para deter manifestantes e mantê-los sob custódia por 30 dias, sem acusação.
Se o decreto for derrubado pelo tribunal, o governo terá de desmontar o centro de comando especial de segurança que estabeleceu para colocar em prática as medidas de emergência.