Seis civis, entre eles um menino de quatro anos, foram mortos durante confrontos entre dois grupos rebeldes muçulmanos no sul das Filipinas, informou hoje a polícia. As mortes elevam para 19 o total de óbitos desde que os confrontos tiveram início, há um mês. Comandantes de grupos rivais disputam o controle de valiosas regiões de cultivo de arroz na ilha de Mindanao. Os distúrbios do último final de semana foram os primeiros a ter civis como vítimas.
As seis pessoas morreram quando grupos dispararam morteiros e tiros de rifles na remota cidade de Kabacan, informou o chefe superintendente de polícia Joseph Semillano. “Civis da região nos disseram que ocorreram seis mortes até o domingo, dentre elas o menino”, disse ele.
A violência atraiu centenas de guerrilheiros de uma unidade da separatista Frente Moro de Libertação Islâmica (FMLI) contra uma facção da Frente Moro de Libertação Nacional (FMLN). A FMLI luta há décadas por um Estado independente islâmico no sul das Filipinas e deve retomar as conversações de paz com o governo nesta semana.
No entanto, a liderança da FMLI admitiu ter perdido o controle de algumas facções nos últimos meses, ocorrências que alarmaram o governo em Manila. A rival FMLN assinou um tratado de paz com Manila em 1996, mas muitos de seus integrantes mantiveram suas armas e seus líderes nem sempre conseguem controlar partes do grupo.
A chefe se assistência social de Kabacan, Susan Makalipat, disse que o menino que morreu pertencia a uma família que vivia numa região afastada do centro de evacuação, local que eles consideravam seguro. “A mãe havia acabado de trazer comida para a família do centro de evacuação. Enquanto as crianças olhavam os alimentos, uma bala perdida atingiu o menino”, disse Makalipat.
Cerca de 6.500 pessoas, a maioria agricultores muçulmanos pobres, já fugiram por causa dos confrontos, disse ela, mas algumas pessoas continuam no local para proteger suas plantações. As informações são da Dow Jones.