A polícia do Bahrein lançou gás lacrimogêneo e disparou balas de chumbinho contra manifestantes pró-democracia, além de deter dezenas de pessoas durante confrontos que ocorreram durante toda a noite até a manhã desta quarta-feira, informaram ativistas. As manifestações foram organizadas para marcar o primeiro ano do levante contra o governo no país.

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O governo informou em comunicado que deportou seis norte-americanos por participarem de “manifestações ilegais”, o que eleva para oito o número de cidadãos dos Estados Unidos expulsos desde o final da semana passada.

Testemunhas disseram que os confrontos, que aconteceram em bairros predominantemente xiitas na periferia da capital Manama, deixaram muitos feridos, mas a maioria foi tratada em casa. Os feridos em manifestações no Bahrein evitam ir a hospitais por temer serem detidos ou intimidados pelas autoridades.

Em comunicado divulgado nesta quarta-feira, o principal partido de oposição, o Al-Wefaq, disse que “uma grande quantidade de ferimentos…foi causada por tiros de chumbinho, latas de gás lacrimogêneo, granadas de efeito moral”, mas não forneceu números.

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A polícia bareinita deteve dezenas de pessoas na terça-feira enquanto dispersava manifestantes que tentavam marchar para a antiga Praça da Pérola, o local onde nasceu o levante em 14 de fevereiro, esmagado um mês depois.

“O número total de prisões…é de cerca de 150, incluindo mulheres e crianças entre 13 e 16 anos”, diz o comunicado do Al-Wefaq, acrescentando que alguns foram posteriormente libertados.

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Os seis “ativistas” norte-americanos que foram deportados haviam entrado no país como vistos de turista na semana passada, informou um comunicado da Autoridade de Assuntos Externos.

Eles foram rapidamente interrogados numa delegacia de polícia e “concordaram em deixar o país sem maiores procedimentos legais”, diz o comunicado. Outros dois norte-americanos já haviam sido deportados em 11 de fevereiro por participar de atividades “ilegais”.

O chefe de segurança pública do Bahrein, Tariq al-Hassan, disse que “não haverá tolerância com vândalos e a aplicação da lei é a última solução”, segundo mensagem do Ministério do Interior no Twitter. As informações são da Dow Jones.