Duas facções de ex-rebeldes líbios entraram em choque nesta terça-feira no centro de Tripoli, travando uma batalha que durou horas e deixou pelo menos cinco mortos, informou um oficial do Conselho Militar da capital líbia. O confronto ocorreu entre ex-insurgentes da capital líbia e da cidade de Misurata e foi travado com lançadores de granadas, metralhadoras e armas antiaéreas.
O coronel Walid Shouaib, membro do Conselho Militar de Tripoli, disse que o estopim do confronto foi a prisão de um combatente de Misurata pelos ex-insurgentes de Tripoli, que detiveram o homem, suspeito de roubo, na passagem do Ano Novo. Os combates começaram quando os combatentes de Misurata tentaram libertá-lo.
Um integrante do Conselho Militar de Misurata, Mohammed al-Gressa, disse temer uma guerra civil. Segundo ele, comandantes dos ex-rebeldes líbios realizam no momento uma reunião com o Conselho Militar de Tripoli. “Eu não estou otimista, porque sangue foi derramado. Isto está se parecendo com uma guerra civil”, disse al-Gressa.
Desde a queda do regime de Muamar Kadafi, em outubro do ano passado, ex-rebeldes líbios têm entrado em choque. O desmantelamento de vários grupos armados, divididos nas regiões onde operam, se mostra um desafio às autoridades líbias. A ausência de uma administração centralizada de segurança deixou o campo livre às milícias, que detém o controle verdadeiro de várias áreas.
Shouaib disse que nesta terça-feira os combatentes de Misurata tentaram pela segunda vez libertar, sem sucesso, o colega que foi preso acusado de roubo. Segundo ele, dois combatentes de Tripoli e três de Misurata foram mortos nos tiroteios.
O porta-voz do governo líbio, Ashur Shamis, minimizou a escalada dos confrontos armados e culpou “sabotadores” pelos conflitos. “Essas lutas aconteceram por animosidades pessoais, elas não têm nada a ver com a revolução ou com os revolucionários”, disse. Ele insistiu que o Ministério do Interior da Líbia está com a situação sob controle.
Ibrahim Beit Amal, porta-voz dos combatentes de Misurata, concordou. “Esses incidentes foram provocados por jovens equivocados”, afirmou. “Eles não são revolucionários”.
As informações são da Associated Press.