Tropas sírias entraram em confronto nesta quinta-feira com homens armados – que seriam desertores do Exército – numa vila do sul da Síria e numa cidade do noroeste do país, matando pelo menos 13 pessoas. Segundo ativistas, isso demonstra que, depois de sete meses, o levante contra o governo do presidente Bashar Assad está ficando cada vez mais militarizado.
As tropas invadiram a cidade de Binnish, no noroeste, com mais de 50 veículos e era possível ouvir o som de explosões e disparos. O Observatório Sírio de Direitos Humanos, sediado em Londres, e os Comitês de Coordenação Locais, disseram que cinco pessoas foram mortas.
Rami Abdul-Rahman, que preside o Observatório, disse que seis soldados e dois desertores também morreram nesta quinta-feira na vila de Harra, localizada na província de Deraa, sul do país. Ele disse que a força militar parece ter sido emboscada na principal praça de Harra.
Binnish é parte da província de Idlib, que faz fronteira com a Turquia, uma área onde há meses ocorrem confrontos entre militares e desertores. Após meses de manifestações pacíficas, o crescente envolvimento de desertores militares em confrontos eleva os temores de que a Síria possa estar se dirigindo para uma guerra civil.
O levante contra o regime de Assad começou em meados de março em meio à onda de protestos contra o governo no mundo árabe que derrubou governo autocráticos na Tunísia, Egito e Líbia. Assad respondeu com uma violenta repressão que, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), já matou quase 3 mil pessoas.
O movimento opositor sírio têm se concentrado em manifestações pacíficas, embora recentemente tenha havido relatos de manifestantes que se armaram para se defender dos ataques militares. As informações são da Associated Press.