Confrontos entre as forças de segurança do Egito e partidários da Irmandade Muçulmana deixaram pelo menos seis mortos nesta sexta-feira, depois de manifestações no Cairo no início de um importante feriado religioso muçulmano no fim de semana terminarem em violência.
O número de mortos é o maior em meses de protestos islâmicos na capital. O episódio é parte de uma violenta investida contra a Irmandade Muçulmana, que autoridades proibiram e passaram a definir como uma organização terrorista.
Os confrontos ocorreram quando centenas de partidários da Irmandade Muçulmana faziam uma marcha no bairro de Talibiya, em Gizé, que é parte da região metropolitana do Cairo, após as preces da manhã depois do fim do mês sagrado do Ramadã e do início do importante feriado muçulmano do Eid al-Fitr.
A violência logo teve uma escalada, com o uso de armas de fogo, disse uma fonte do setor de segurança, pedindo anonimato. Partidários da Irmandade Muçulmana acusaram as forças de segurança de disparar contra manifestantes pacíficos, enquanto o Ministério do Interior e policiais disseram em comunicado que foram alvo de disparos dos manifestantes.
O Ministério informou em comunicado que cinco manifestantes foram mortos em Talibiya e outro na cidade próxima de Nahia, um foco de partidários da Irmandade onde outro grupo de manifestantes entrou em confronto com policiais. No total, 15 pessoas ficaram feridas.
A violência política aumentou no Egito, dois anos após o presidente Mohamed Morsi ser deposto pelos militares, em meio a grandes protestos contra seu governo. Após a queda de Morsi, seu sucessor, o atual presidente Abdel-Fattah el-Sissi, lançou uma onda de repressão contra dissidentes que matou centenas e deixou milhares na prisão. Os ataques contra as forças de segurança e os funcionários também aumentaram, após a deposição de Morsi. Fonte: Associated Press.
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