Forças do governo sírio fizeram buscas em casas e choques irromperam entre soldados regulares e desertores nesta quinta-feira, matando pelo menos 21 pessoas ao redor do país, incluindo uma menina de 8 anos e seis soldados, disseram ativistas dos direitos humanos.
Em algumas das incursões, soldados regulares abriram fogo enquanto conduziam buscas por dissidentes e desertores nos subúrbios da capital, Damasco, em Deir el-Zor, no Eufrates, e nas cidades de Homs e Hama, na Síria central. Uma menina de oito anos foi morta a tiros pelo governo em Homs, disse o ativista Rami Abdul-Rahman, chefe do Observatório Sírio dos Direitos Humanos, sediado em Londres. Não foi possível confirmar o número de mortos de maneira independente, uma vez que o acesso da imprensa internacional está restrito na Síria.
Também foram feitos relatos de confrontos entre soldados regulares e desertores perto das cidades de Deir el Zor e Marat al Numan, perto da autoestrada que liga Damasco a Alepo, maior cidade do país e no norte sírio.
O número de mortos nesta quinta-feira foi informado pelo Observatório e os Comitês de Coordenação Local, uma coalizão de ativistas. A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que mais de 3.500 pessoas foram mortas na repressão síria desde que começaram os protestos contra o governo do presidente Bashar Assad, em meados de março.
Na quarta-feira, a comissária da ONU para os direitos humanos, Navi Pilay, disse que um número crescente de soldados está desertando dos quartéis e isso aumenta o risco de uma guerra civil.
“Onde os direitos humanos mais elementares não são respeitados e os pedidos pacíficos por mudanças respondidos com uma violência brutal, as pessoas acabam compelidas a se rebelar contra a tirania e a opressão”, disse Pilay ao Conselho de Segurança da ONU.
O governo sírio continua a culpar “gangues armadas” pela violência, bem como extremistas que agiriam sob uma agenda estrangeira para desestabilizar o país. Na semana passada , o governo sírio disse que concordava com um plano da Liga Árabe para encerrar a violência, mas a repressão continuou inabalável.
As informações são da Associated Press.