Dez pessoas morreram e 186 ficaram feridas durante um ataque realizado por uma multidão de muçulmanos contra uma igreja copta na noite de ontem, no Cairo, Egito, no mais recente incidente de violência sectária no país.
O ataque foi desencadeado por rumores de que uma mulher cristã que era casada com um homem muçulmano estava sendo mantida presa na igreja, localizada no bairro pobre de Imbaba, contra sua vontade porque quis se converter ao islamismo.
Os rumores, que não foram confirmados, levaram uma multidão de salafistas, que são defensores de uma doutrina puritana islâmica, a marchar em direção à Igreja Saint Mena, um das mais antigas do Egito, e incendiá-la.
Forças especiais do Exército e policiais foram chamados para tentar acabar com a violência e dispararam tiros de advertência no ar, segundo testemunhas.
Ao mesmo tempo, na vizinha Igreja Virgem Santa, também copta, os bombeiros foram chamados para apagar um incêndio que, segundo testemunhas, parecia ter sido iniciado pelos membros do mesmo grupo que atacou a Igreja Saint Mena.
O primeiro-ministro egípcio, Essam Sharaf, cancelou uma visita que faria ao Bahrein e aos Emirados Árabes neste domingo e convocou uma reunião de emergência do Gabinete para discutir a violência, de acordo com uma agência de notícias estatal.
Os coptas representam cerca de 10% dos 80 milhões de habitantes do país, reclamam de discriminação, e têm sido alvos de ataques sectários bastante regulares no Egito. As informações são da Dow Jones e da Associated Press.