O governo somali atacou hoje bastiões rebeldes em Mogadiscio, capital da Somália, dando início a confrontos nos quais morreram pelo menos 11 pessoas, entre elas o comandante da polícia local, informaram testemunhas e autoridades locais. Os moradores escondiam-se em suas casas ou iam para trás de casas e prédios enquanto tiros de morteiro atingiam a cidade. Combatentes islâmicos vestindo trajes típicos e carregando munição eram vistos chegando da periferia de Mogadiscio para participar dos confrontos.

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“Um morteiro caiu na casa de um vizinho, matou duas pessoas e feriu quatro”, relatou o morador Abdiwali Dahir. Abdullahi Hassan Barise, porta-voz da polícia local, confirmou a morte do coronel Ali Said, comandante da corporação, mas não forneceu detalhes. Outra testemunha, Farah Abdi, disse ter visto cinco cadáveres pelas ruas de Mogadiscio. Enquanto ele conversava por telefone com a Associated Press era possível ouvir tiros e explosões ao fundo.

Por sua vez, Ali Ade, um administrador do Hospital Medina, disse que 39 pessoas foram tratadas no local com ferimentos sofridos durante os confrontos, das quais três morreram depois de socorridas. A violência entre rebeldes islâmicos e forças do governo recrudesceu na capital somali ao longo do último mês, provocando a morte de cerca de 200 pessoas. Os insurgentes tentam derrubar o governo apoiado pelo Ocidente e instaurar um regime islâmico na Somália.

A Somália não tem governo central desde 1991, quando senhores da guerra derrubaram o ditador Mohamed Siad Barre e depois se voltaram uns contra os outros. A partir de 2004, governos provisórios apoiados pela Organização das Nações Unidas (ONU) passaram a ser formados, mas todos eles, inclusive o atual, encontram dificuldade para impor autoridade. O controle do atual governo se estende pouco além dos portões do palácio presidencial.

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