Ativistas disseram que confrontos entre tropas sírias e desertores do Exército mataram pelo menos quatro pessoas neste domingo. A violência teve início depois de a oposição ter convocado uma greve geral para exigir o fim dos confrontos.
O Observatório Sírio de Direitos Humanos, sediado em Londres, informou que dois veículos blindados do Exército foram queimados durante manifestações realizadas durante a madrugada na cidade de Kfar Takharim, noroeste do país.
O Observatório e os Comitês Locais de Coordenação, outro grupo ativista, também relataram conflitos em pelo menos outras duas áreas na província de Deraa, região sul síria.
O levante contra o autoritário presidente sírio Bashar Assad, que ocorre há nove meses, tem se tornado cada vez mais violento nos últimos meses e os manifestantes, que costumavam protestar de forma pacíficas, passaram a pegar em armas e soldados desertores passaram a lutar contra o Exército.
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 4 mil pessoas já morreram por causa da violência no país desde março.
Greve geral
A greve geral convocada neste domingo tem como objetivo forçar a saída de Assad. A campanha de desobediência civil contra o regime prevê, além da greve, a invasões de prédios públicos e o fechamento de lojas e universidades.
Os Comitês Locais de Coordenação, que organizam os protestos, acreditam que a campanha vai se espalhar como uma bola de neve e que a greve será “o primeiro passo de uma abrangente campanha de desobediência civil” para derrubar o regime.
Mas o grupo opositor Conselho Nacional Sírio e outros ativistas alertaram sobre um provável assalto final à cidade de Homs, região central síria, bastião da oposição do país.
Testemunhas em Homs, que está sitiada por tropas do governo, relataram o aumento do número de soldados e de milicianos “shabiha” – ligados a Assad – que, em veículos blindados, estabeleceram mais de 60 postos de verificação na cidade. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.