O comércio reabriu suas portas e o transporte público voltou a circular normalmente nesta quarta-feira na cidade venezuelana de San Cristóbal, capital do Estado de Táchira, após os protestos que deixaram um adolescente morto.

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As forças de segurança retiraram, durante a noite, as barricadas instaladas em algumas ruas, após os incidentes entre manifestantes e dezenas de policiais e integrantes da guarda nacional, que usaram gás lacrimogêneo e balas de borracha para dispersar o protesto.

O pai do adolescente Kluiverth Roa, de 14 anos, morto ao ser atingido por uma bala de borracha na cabeça, afirmou que levará o caso a instâncias internacionais.

O policial Javier Mora, de 23 anos, suspeito do disparo que matou o estudante, foi detido e indiciado por homicídio, uso indevido de arma e quebra de pactos e convenções internacionais, afirmou nesta quarta-feira a procuradora geral Luisa Ortega Díaz.

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O pai de Kluiverth, Erick Roa, disse à Associated Press que pedirá a organismos internacionais que investiguem a morte de seu filho porque “atrás dessa polícia que matou meu filho há mãos ocultas”. Roa pediu ao presidente Nicolás Maduro que aja para “conter toda essa violência”.

José Mora, integrante do Conselho Municipal de Cárdenas, disse à AP que durante a madrugada de quarta-feira dezenas de militares, alguns em tanques, foram até Táriba, vizinha de San Cristóbal, para dispersar os manifestantes e retirar as barricadas erguidas por eles.

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Mora, que é da oposição, disse que os militares lançaram gás lacrimogêneo e dispararam balas de borracha contra alguns edifícios onde manifestantes estavam abrigados.

Em discurso transmitido em cadeia nacional, Maduro disse que manifestantes mascarados usaram pedras para atacar a polícia, que tentava conter a manifestação. Ele pediu que os jovens não participem de tais confrontos, mas também condenou o assassinato. “Quero oferecer minhas condolências aos pais deste jovem que foi assassinado num ato de violência”, disse ele.

Tarek William Saab, funcionário do governo federal encarregado da defesa dos direitos humanos, disse em sua conta no Twitter que lamenta “o vil assassinato” do adolescente.

No mês passado, o governo publicou uma alteração em sua política de segurança, que permite que os policiais abram fogo e usem força mortal para controlar protestos. Na época, grupos de direitos humanos disseram que a nova regra era perigosamente vaga, mas Saab a defendeu. A procuradora-geral Luisa Ortega Díaz disse que o Estado vai investigar se a nova polícia foi responsável pela morte do adolescente. Fonte: Associated Press.