Além dos recentes atentados – ontem, por exemplo, um suicida detonou uma bomba em Bagdá que matou ao menos 61 pessoas e feriu mais de 100 -, a crise política iraquiana também se acentuou às vésperas do encerramento das operações das forças de combate norte-americanas no país. As negociações para a formação de um novo governo entraram em colapso no início da semana e não há perspectiva para a definição de quem assumirá o poder mais de cinco meses depois das eleições parlamentares no Iraque.

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De um lado, está o premiê Nouri al-Maliki, que ainda ocupa o cargo de primeiro-ministro interinamente. Sua coalizão, majoritariamente xiita, mas não religiosa, denominada Estado da Lei, perdeu por poucos votos a eleição de março. O ex-premiê Ayad Allawi, no comando de uma aliança secular de xiitas e sunitas (Iraqiya), foi o vencedor.

O problema é que Allawi não conseguiu juntar o número de parlamentares suficiente para conseguir formar um governo. Maliki também enfrenta a mesma dificuldade. Os dois iniciaram negociações, patrocinadas pelos Estados Unidos, para tentar chegar a um acordo. Na segunda-feira, o diálogo foi interrompido depois de Maliki chamar a coalizão de Allawi de “grupo sunita” – o ex-premiê é xiita e apenas aliado de facções sunitas seculares. Segundo Allawi, o objetivo de Maliki é transformar a crise política em uma disputa sectária.

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